Investigadora portuguesa distinguida como a mais inovadora da Europa

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Christina Genet
Débora Campos, pesquisadora e fundadora da empresa AgroGrIN Tech, ganhou o Prémio Europeu para Mulheres Inovadoras 2025 no passado dia 3 de abril, graças a uma solução sustentável de valorização de resíduos alimentares.
Especializada em Biotecnologia e Ciência dos Alimentos, a investigadora e empreendedora portuguesa Débora Campos venceu o European Prize for Women Innovators 2025 e recebeu uma distinção internacional pela criação de uma tecnologia verde promissora: um método de valorização de resíduos de frutas e vegetais, com o objetivo de produzir novos ingredientes especializados. No passado dia 3 de abril, a pesquisadora portuguesa conquistou o primeiro prémio na categoria EIT Women Leadership numa competição promovida pelo Instituto Europeu de Inovação e Tecnologia (EIT) e pelo Conselho Europeu de Inovação (EIC).
Ainda durante o seu doutoramento na Universidade Católica, a investigadora fundou em 2017 a empresa AgroGrIN Tech, para oferecer serviços de valorização de restos alimentares a outros profissionais e assim acelerar o desenvolvimento da sua criação em maior escala. A particularidade da sua abordagem está na utilização de uma tecnologia verde que extrai enzimas e vitaminas, produzindo ao mesmo tempo novos subprodutos, como a pesquisadora o explicou à UPTEC, o Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto.
Uma solução limpa e sem desperdício
Em comparação com os métodos já utilizados na indústria, a química verde desenvolvida pela investigadora tem a vantagem de ser mais acessível e menos complicado a implementar. Como não envolve solventes poluentes no processo de extração, permite obter subprodutos limpos, sem desperdício e sem risco para o consumo humano – nomeadamente para aplicação nos setores alimentar, nutracêutio ou cosmético, como por exemplo sumos desidratados, farinhas sem glúten ou pastilhas digestivas.
Natural de Barcelos, Débora Campos concluiu o doutoramento em 2019. Desde então, participou em vários projetos de investigação internacionais na Argentina e nos Estados-Unidos, e trabalhou como pesquisadora pós-doutorada no Centro de Investigação Marinha e Alimentar (AZTI) em Espanha, e na Universidade Católica em Portugal. Tudo isto em paralelo com a sua atividade como CEO da startup AgroGrIN Tech. Após Susana Sargento, Maria Fátima Lucas e Mehak Mumtaz é a quarta portuguesa a vencer o European Prize for Women Innovators – e sem dúvida, não será a última.
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