Valorização do desperdício do melão: uma abordagem sustentável

  • 13 outubro 2025, segunda-feira
  • Consumo

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O desperdício alimentar é um dos maiores desafios globais, com impactos negativos na sustentabilidade ambiental, segurança alimentar e economia.

Frutos como o melão (Cucumis melo L.) são frequentemente rejeitados com base em critérios comerciais que privilegiam o aspeto visual. Esta rejeição pós-colheita, traduz-se em perdas significativas ao longo da cadeia agroalimentar. A valorização destes frutos surge como uma estratégia promissora para mitigar o desperdício, diversificar produtos e promover práticas mais sustentáveis. A incorporação dos subprodutos do melão, como cascas e sementes, em formulações alimentares, nomeadamente sob a forma de farinhas funcionais, contribui para o desenvolvimento de alimentos com um perfil nutricional melhorado. Esta abordagem está alinhada com os princípios da economia circular, incentivando a inovação na indústria alimentar e a redução do impacto ambiental.  

Introdução 

Atualmente, o desperdício alimentar representa um dos problemas mais urgentes a nível mundial. Estima-se que cerca de 30 % dos alimentos produzidos para consumo humano sejam perdidos ou desperdiçados ao longo da cadeia de valor (United Nations Environment Programme, 2024).

Este problema pode ocorrer em diferentes fases: desde a produção agrícola até ao retalho (perdas alimentares), passando pela colheita, armazenamento, transporte e processamento; ou já na fase final de consumo e comercialização (desperdício alimentar), quando alimentos ainda próprios para consumo são descartados por motivos como excesso de oferta, negligência ou decisões individuais (FAO, 2019). Em 2021, a percentagem global de alimentos perdidos entre a colheita e o retalho foi de aproximadamente 13,2 % (FAO, 2022). As consequências são abrangentes e afetam não apenas os produtores e consumidores, mas também o ambiente e a economia global.

O desperdício alimentar é responsável por cerca de 8 a 10 % das emissões globais de gases com efeito de estufa e utiliza, sem retorno, cerca de 30% da superfície agrícola mundial. Acresce ainda que, ao desperdiçar alimentos, perdem-se também os recursos essenciais envolvidos na sua produção – como terra, água, energia e mão-de-obra – amplificando o impacto económico e ambiental associado. (...)

Por Mafalda Alexandra Silva, Tânia Gonçalves Albuquerque,
M. Beatriz P. P. Oliveira, Rita C. Alves, Helena Soares Costa

Departamento de Alimentação e Nutrição, Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge
REQUIMTE-LAQV/Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto
Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril

Leia o artigo completo na TecnoAlimentar 44, julho/ setembro 2025, dedicada ao tema "Frescos: reduzir do desperdício"

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