Apresentação dos resultados do estudo Tracking Hortofrutícolas

Christina Genet
A associação GS1 Portugal acaba de partilhar as conclusões da 1ª edição da sua análise sobre a produção e comercializaçõa de frutas e legumes frescos nacionais. O objetivo é fornecer chaves para uma melhor compreensão dos mecanismos do setor e aumentar a eficiência das empresas.
A cadeia de abastecimento de frutas e legumes frescos em Portugal está no cerne do estudo Tracking Hortofrutícolas, cujos resultados foram apresentados no passado dia 30 de abril. Promovida pela GS1 Portugal, esta 1ª edição realizou uma avaliação abragente das categorias e destacou as grandes tendências do setor. As conclusões partilhadas no Mercado Abastecedor da Região de Lisboa (MARL) durante o evento organizado para o efeito apontam para dois aspetos particularmente relevantes para os profissionais: o grau de frescura dos produtos e as condições comerciais competitivas.
Com base nos testemunhos de retalhistas e fornecedores, o estudo analisa o nível de serviço logístico e a relação comercial no mercado hortofrutícola. O cumprimento da vida útil dos produtos foi identificado como a questão mais importante em matéria de logística, sublinha Artur Andrade, Diretor de Community Engagement da GS1 Portugal. Ainda assim, teve a média mais baixa, o que poderá indicar “que ainda existe espaço para melhoria”.
A garantia de rastreabilidade e de transparência desde a origem foi também identificada como um aspeto essencial. De acordo com Artur Andrade, este resultado poderá refletir a “crescente exigência dos consumidores em saber de forma clara e fiável a proveniência dos produtos que consomem”. O estudo revela ainda uma avaliação mais crítica da relação comercial por parte dos retalhistas. Ainda assim, houve consenso quanto à atribuição de notas elevadas à qualidade e à confiança nos produtos comercializados.
Consumidores exigentes e mais sustentabilidade
O Tracking Hortofrutícolas foi também uma boa oportunidade para obter uma visão geral das principais tendências do setor: as exigências dos consumidores, os desafios da cadeia de abastecimento e a sustentabilidade. Segundo o estudo, os profissionais têm de se adaptar a novos hábitos de consumo que incluem a procura por inovação e por produtos diferenciadores. A adaptação às alterações climáticas e o combate ao desperdício alimentar tornaram-se em temas incontornáveis, tanto ao nível da produção como da distribuição. A logística e a previsibilidade da procura continuam, por sua vez, a apresentar desafios.
Perante a escassez de mão de obra no setor agrícola, os resultados deste estudo poderão ajudar as empresas a definir prioridades e a orientar decisões estratégicas, concordaram retalhistas e produtores durante o debate final do evento. Raquel Abrantes, Diretora de Qualidade, Standards e Formação da GS1 Portugal, sublinhou a importância de reforçar a transparência das cadeias de abastecimento, de forma a melhorar as práticas comerciais e logísticas.
Até 2030, o objetivo é alcançar os “três mil milhões [de euros] de exportações e o equilíbrio da balança comercial na categoria de frutas, legumes e flores”, recordou Gonçalo Santos Andrade, Presidente da Portugal Fresh.
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