Enterobactérias encontradas na cadeia alimentar na Europa

FOTO RITAE/ PIXABAY

Christina Genet

Um estudo da Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar revela a presença de enterobactérias produtoras de carbapenemases em animais e humanos, e alerta para um eventual risco para a saúde pública alimentar.

Desde a sua primeira descrição em 2011, a preocupação em torno destas bactérias tem vindo a aumentar. Inicialmente associadas a ambientes hospitalares, podem agora tornar-se um problema de saúde pública alimentar. Enterobactérias produtoras de carbapenemases foram identificadas em animais destinados ao consumo humano, bem como em seres humanos, em 14 dos 30 países da União Europeia e da Associação Europeia de Comércio Livre. Um recente estudo da Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (EFSA) chegou a esta conclusão.

Do que estamos a falar? As enterobactérias, como a Escherichia coli ou a Klebsiella pneumoniae, constituem uma grande família de bactérias que normalmente habitam o intestino humano e animal. Embora algumas sejam inofensivas ou até benéficas, outras podem causar infeções urinárias ou pneumonias. As carbapenemases, por outro lado, são enzimas que essas bactérias produzem para inativar os carbapenemos, um grupo de antibióticos muito potentes usados no tratamento de infeções graves.

Estas enterobactérias são particularmente problemáticas em ambiente hospitalar devido à sua rápida propagação e à dificuldade em controlar surtos. Podem ser transmitidas de pessoa para pessoa, através de superfícies contaminadas, dispositivos médicos ou pela utilização inadequada de antibióticos.

Risco de resistência a antibióticos potentes

Atualmente, os investigadores não têm provas conclusivas de que estas bactérias ser transmitidas aos humanos através dos alimentos, mas o estudo da EFSA sugere que essa hipótese não pode ser descartada. Com a sua presença na cadeia alimentar europeia, estas enterobactérias podem contribuir para o aumento da resistência a antibióticos usados no tratamento de infeções graves, reduzindo drasticamente as opções terapêuticas disponíveis.

Em resposta a este alerta, a EFSA recomenda aos Estados-Membros que alarguem as atividades de monitorização a outros alimentos atualmente não incluídos, como marisco e vegetais. Por outro lado, propõe o desenvolvimento de metódos de deteção mais eficazes e uma investigação aprofundada sobre as vias de transmissão, para assim compreender melhor como estas bactérias se podem propagar ao longo da cadeia alimentar.

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