Comissão Europeia reforça apoio ao setor vitivinícola

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Christina Genet

Enquanto o mercado do vinho da União Europeia enfrenta desafios devido a novos hábitos de consumo e às incertezas ambientais das próximas décadas, Bruxelas pretende ajudar os produtores. No passado dia 28 de março, apresentou um pacote de novas medidas de apoio.

Tinha ameaçado aplicar uma taxa de 200 % sobre vinhos e bebidas espirituosas europeus. No final, esta fixou-se apenas nos 20 %. Após uma reviravolta adicional do presidente norte-americano, foi finalmente anunciada, no dia 9 de abril, uma limitação da taxa a 10 % por um período de noventa dias. Desde a tomada de posse de Donald Trump em janeiro passado, os produtores de álcool do Velho Continente já não sabem bem como gerir os seus negócios internacionais nos próximos meses, ou até anos.

Face aos novos desafios enfrentados pelos profissionais do vinho, a Comissão Europeia pretende apoiar o setor vitivinícola da UE e propôs a 28 de março um conjunto de medidas num comunicado de imprensa. De facto, para além da imprevisibilidade vinda dos Estados Unidos, os produtores europeus de vinho têm de se adaptar à evolução dos hábitos dos consumidores que tendem a privilegiar a redução do consumo de vinho. As alterações climáticas também afetam muitas vinhas, e a concorrência vinda da América do Sul intensifica ainda mais as dificuldades dos profissionais.

Resiliência climática e estímulo económica

O pacote de medidas apresentado visa, por isso, prevenir excedentes de produção, facilitando aos Estados-Membros o arranque de vinhas e a colheita em verde, protegendo assim os produtores da pressão financeira. Os profissionais do setor recebarão “um maior apoio para se tornarem mais resiliente às alterações climáticas” e poderão “aumentar a assistência financeira da União até 80% dos custos de investimento elegíveis”. Além disso, Bruxelas propõe uma maior flexibilidade nas autorizações de replantação e de novas plantação.

Atualmente, o setor vitivinícola da UE representa 60 % da produção mundial de vinho e 60 % do valor global exportado no mundo, recorda a CE. Para preservar a sua posição no mercado internacional, uma das medidas do pacote prevê a facilitação da comercialização de novos produtos, nomeadamente produtos com baixo teor alcoólico. Além disso, o plano visa impulsionar o enoturismo, apoiando produtores de vinhos com indicações geográficas protegidas. O objetivo desta medida é também fomentar o desenvolvimento económico das zonas rurais. Por fim, a duração das campanhas promocionais financiadas pela UE em países terceiros será alargada de três para cinco anos.

Christophe Hansen, comissário da Agricultura e Setor Alimentar, conclui: “Para além do peso económico do setor e do saber-fazer dos nossos produtores de vinho, as vinhas fazem parte das nossas paisagens e do nosso património cultural.”

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