Indústria Europeia do Vidro de embalagem lança apelo para acesso rápido a infraestruturas enérgicas de baixo carbono

Fotografia: Shirley810/ pixabay

A FEVE (Indústria Europeia de Vidro de Embalagem) apresentou um novo relatório, o primeiro a ter uma compilação do nível da indústria nas medidas que estão a ser tomadas para a descarbonização do fabrico das embalagens de vidro.

Este relatório, com uma secção dedicada no website da FEVE, inclui ainda, um mapa online com mais de 90 casos de estudo da indústria.

Em comunicado, a FEVE revela que um passo crucial para atingir a meta de zero emissões líquidas da indústria até 2050, passa pelo rápido acesso a fontes energéticas de baixo carbono que possam estar acessíveis a um bom preço, sendo que, 80% das emissões diretas de carbono desta indústria, nos dias de hoje, resultam da combustão de gás natural.

De acordo com este estudo, verifica-se que mais de 90% das embalagens de vidro produzidas na União Europeia são fabricadas por empresas comprometidas na iniciativa “Sciense-Based Tagrets” (SBTi).

O relatório aponta para uma substituição gradual dos fornos antigos por outros que funcionem com tecnologias de baixo teor de carbono. Por esse motivo é crucial o apoio da União Europeia com a introdução de novos instrumentos financeiros ou a continuação dos existentes, uma vez que os fornos de vidro têm uma vida útil de 10 a 15 anos e a sua taxa de reparação atual a situar-se entre os 7 % a 10 %.

Nos dias de hoje, existe um investimento da indústria do vidro e embalagem de cerca de mais de 600 milhões de euros, mas serão necessários 20 mil milhões de euros para alterar as tecnologias de produção e descarbonizar as operações.

Na Europa, a taxa de recolha do vidro está nos 80,2 %, em 2022, com a maioria deste material a ser utilizado m circuito fechado de embalagem para embalagem, assim, o vidro é reciclado e usado para outras funções ao ganhar nova vida.

Existem atualmente 162 fábricas de vidro na Europa, sendo seis delas incorporadas em três empresas nacionais (BA GLass, Veralia Portugal e Vidrala), com um total de 125 mil empregos diretos e indiretos, sendo que mais de 140 mil milhões de euros resultam de exportações da UE que acabam por ser embalagens em vidro, enquanto 45 000 empresas transformadores na União estão dependentes das embalagens de vidro para vender os seus produtos.

Desta forma, esta indústria é uma peça chave para economia nacional em que as três empresas portuguesas têm as suas unidades fabris localizadas em Avintes (Vila Nova de Gaia), Figueira da Foz, Marinha Grande e Amadora empregam 3500 pessoas e fabricam 16 milhões de garrafas, frascos e boiões para a indústria alimentar.

A secretária-geral da AIVE (Associação dos Industriais de Vidro de Embalagem), Beatriz Freitas reforça que esta indústria é importante e irá “continuar a ser um pilar de inovação e sustentabilidade ao comprometer-se “com a descarbonização”. Além disso, apela a que é “necessário um acesso a energias renováveis com apoio e políticas públicas que nos permitam cumprir o nosso objetivo”.

No mesmo comunicado, a secretária-geral revela que sem os apoios poderá perder a competitividade face a parceiros europeus e a materiais de embalagem menos ecológicos.

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