Setor cervejeiro pede aumento da produção de cereais nacionais

Christina Genet
Enquanto a cerveja representa uma parte significativa da economia portuguesa, associações profissionais alertam para a necessidade de produzir mais cereais em Portugal.
Quer seja feita de cevada ou de lúpulo, a cerveja portuguesa não deixou de correr a rodos nos bares. Segundo a associação Brewers of Europe, Portugal ocupa o primeiro lugar europeu no consumo fora de casa em 2022. No que toca ao consumo anual por capita, o país ocupa a 19.ª posição com 53 litros, contra 136 litros na República Checa, o líder da classificação.
Além do consumo, a produção nacional de cerveja é também significativa e foi um dos principais assuntos abordados na Assembleia Geral dos Cervejeiros de Portugal, no passado dia 10 de abril. A Secretária-Geral da Brewers of Europe, Julia Leferman, explicou que Portugal é atualmente o único país europeu em que o mercado cervejeiro já recuperou os níveis de vendas pré-pandemia. Trata-se de um dado relevante num país em que o setor representa 1,53% do PIB nacional, envolve 120 empresas produtoras e cerca de 98 mil empregos.
Aprovisionamento de cereais insuficiente
No entanto, o setor cervejeiro português enfrenta atualmente níveis particularmente baixos de armazenamento cerealífero, nomeadamente em termos de produção de cevada e de lúpulo. “Estamos entre os países europeus com menor taxa de aprovisionamento de cereais", alertou o Ministro da Agricultura e Pescas, José Manuel Fernandes. "Hoje cifra-se em 19%, quando em 1990 era de 50% das necessidades de consumo”.
Neste contexto, várias associações de produção agrícola, alimentar e de distribuição, incluindo a Associação dos Cervejeiros de Portugal, assinaram no dia 9 de abril o +CEREAIS, um memorando de entendimento com vista à criação de uma organização interprofissional no setor dos cereais, que valorize a produção nacional em todos os elos da cadeia.
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