Indústria alimentar e das bebidas regista exportações recorde em 2024

FOTO: ARNO SENONER/ UNSPLASH
A indústria alimentar e das bebidas portuguesa alcançou em 2024 um valor recorde nas suas exportações, ultrapassando os 8 mil milhões de euros, num contexto de desaceleração económica global
A indústria alimentar e das bebidas portuguesa atingiu um marco histórico nas exportações em 2024, alcançando um valor recorde de 8190 milhões de euros, de acordo com os dados mais recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE). Este desempenho surge num contexto de desaceleração económica tanto a nível europeu como global.
Dentro da União Europeia, as exportações da indústria alimentar e das bebidas somaram 5593 milhões de euros, o que representa um aumento de 12,6 % em comparação com o mesmo período de 2023. Espanha continua a ser o principal destino das exportações, absorvendo cerca de 39 % do total. Outros países que impulsionaram o crescimento foram Itália, Países Baixos e Polónia.
As exportações para mercados fora da União Europeia atingiram 2596 milhões de euros, um crescimento de 1,21 % face ao ano anterior. O Brasil e os Estados Unidos foram os principais contributos para este aumento, com uma participação de 13,9 % e 4,2 %, respetivamente.
Em termos de balança comercial, a indústria alimentar e das bebidas registou uma melhoria, com o défice a diminuir para 5,44 %, em comparação com o ano de 2023.
Em comunicado de imprensa, Jorge Henriques, presidente da Federação das Indústrias Portuguesas Agroalimentares (FIPA), sublinhou que " ao ultrapassar a barreira dos 8 mil milhões de euros, a indústria alimentar e das bebidas não só alcançou o objetivo previsto para 2024, como praticamente duplicou as exportações em valor na última década ". Apesar dos desafios da economia global, o presidente mostra-se otimista para os resultados em 2025, destacando a importância de fortalecer os instrumentos de apoio à internacionalização dos produtos nacionais.
A indústria alimentar e das bebidas é a principal indústria transformadora em Portugal, sendo responsável por mais de 113 mil postos de trabalho diretos e cerca de 500 mil indiretos. O setor tem também um papel importante no desenvolvimento do tecido empresarial, especialmente nas zonas do interior do país, onde se situam a maioria das suas unidades industriais.
Jorge Henriques também destacou a importância de uma política de apoio à afirmação internacional do setor, que deve ir além do apoio financeiro, e a necessidade de continuar a explorar oportunidades fora da União Europeia, com a colaboração do Ministério da Economia e da AICEP na promoção externa dos produtos portugueses.
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