Empresas portuguesas enfrentam desafios regulamentares e financeiros acima da média da UE

Apesar dos desafios regulamentares e condicionalismos financeiros, em Portugal, o investimento aumentou quase 14 % em relação aos níveis anteriores à pandemia em termos reais e continua a crescer, apesar de alguma volatilidade no primeiro semestre de 2024. A percentagem de empresas que tencionam aumentar o seu investimento permanece estável (20 %) e acima da média da UE.

O Inquérito ao Investimento do Grupo BEI (EIBIS) é um relatório anual baseado numa sondagem realizada junto de cerca de 13 000 empresas de todos os Estados-Membros da UE, com uma amostra adicional oriunda dos Estados Unidos. Os seus principais resultados indicam que muitas empresas na UE permanecem otimistas em relação ao investimento ao longo dos últimos três anos.

Os relatórios pormenorizados por país foram hoje disponibilizados e as principais conclusões relativamente a Portugal incluem:

  • Os desafios regulamentares e logísticos afetam significativamente as empresas portuguesas: a conformidade com novos regulamentos, normas e certificações, bem como os desafios logísticos, constituem os principais obstáculos à atividade empresarial. Em comparação com outras empresas da UE, as empresas portuguesas mostram-se mais preocupadas com o acesso a matérias-primas e componentes.
  • Os condicionalismos financeiros estão a aumentar e ultrapassam a média da UE: a percentagem de empresas portuguesas com problemas no acesso a financiamento aumentou significativamente e está agora acima da média da UE devido à rejeição de empréstimos, às dificuldades na obtenção de financiamento suficiente e aos elevados custos do crédito.
  • Principais entraves ao investimento: segundo as empresas portuguesas, os principais obstáculos à expansão são a incerteza quanto ao futuro, a falta de mão de obra qualificada, a regulamentação e os custos da energia. A burocracia e a regulamentação da atividade económica continuam a ser desafios que afetam mais Portugal do que o resto da UE.

«O forte desempenho de Portugal em termos de investimento, não obstante as pressões financeiras e regulamentares, demonstra a resiliência das suas empresas», afirmou Debora Revoltella, economista-chefe do BEI, em comunicado de imprensa. Acrescenta, «Embora os custos da conformidade, a burocracia e as dificuldades financeiras permaneçam desafios importantes, as empresas portuguesas continuam a adaptar-se e a inovar. Enquanto banco da UE, o BEI continuará a apoiar investimentos que melhoram a resiliência, a sustentabilidade e o crescimento de longo prazo».

O relatório completo sobre Portugal está disponível AQUI

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