Indústria e a ciência alimentares em debate
Decorre desde 6 de novembro na Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Instituto Politécnico de Viana do Castelo o XIV Encontro de Química dos Alimentos (XIV EQA).

A Revista TecnoAlimentar é media partner do evento que termina esta sexta-feira, dia 9 de novembro.
Nestes dois dias, têm sido apresentados vários projetos ligados à indústria e ciência alimentares.
Entre eles, Eurico Martins, da Docapesca, que abordou o tema da “Cadeia de valor da Pesca- A valorização do pescado nas lotas portuguesas”. O responsável apresentou os objetivos estratégicos da empresa, que passam por «promover a valorização do pescado e os circuitos de proximidade».
«Cada vez mais tem sido importante estabelecer novos hábitos de consumo de forma a manter a sustentabilidade dos mares através do estímulo ao consumo de novas espécies com características nutricionais, como é o caso da cavala e o carapau em detrimento de espécies como a sardinha», salientou.
O responsável abordou ainda a cadeia de valor do pescado em Portugal assim como a intervenção da Docapesca e os requisitos necessários para se fazer parte da cadeia.
Relativamente ao preço, disse que «o mesmo têm-se mantido bastante estável, sendo que é previsível o aumento do preço médio do pescado devido a algumas espécies de maior valor, como é o caso do polvo».
«(O polvo) tem sido uma espécie que esteve, durante alguns anos, em baixa no que respeita ao seu consumo mas está a aumentar, aumentando consequentemente o preço», afirmou.
E acrescentou: «a Docapesca tem como orientação estratégica o reforço das boas práticas de manutenção e conservação, sempre com a preocupação constante da segurança alimentar».
Também Lisete Paiva deu a conhecer um estudo desenvolvido na empresa Gorreana, nos Açores, onde apresentou diversos tipos de processamento do camélia sinnesis (uma espécie da família Theaceae, popularmente conhecida como chá e chá-da-índia), que origina diversos tipos de chás.
Cátia Martins, da Universidade de Aveiro, apresentou um trabalho sobre a cerveja, destacando-se da sua intervenção que «cada vez mais as cervejeiras têm vindo a desenvolver novos produtos e sabores».
«O que contribui para as diferentes cervejas são os componentes vegetais lúpulo e malte, bem como a fermentação», disse.

Entre muitos outros temas em debate neste encontro, destacamos: embalamento de alimentos em atmosfera modificada, análise sensorial e textura em alimentos, aplicação de campos elétricos pulsados, o uso de altas pressões na extracção de compostos bioativos em resíduos de romã, o papel da PortugalFoods nos processos de investigação e inovação colaborativa, inovação no retalho alimentar: a importância da colaboração, estabilidade oxidativa da carne de frango fresca com filmes de quitosano incorporados com extratos ativos naturais, descodificar os “E”: plataforma online de acesso aberto de aditivos alimentares.
O XIV EQA realiza-se bianualmente sob a égide da Divisão de Química dos Alimentos, da Sociedade Portuguesa de Química, e é um dos poucos fóruns nacionais onde a indústria e a ciência alimentares se podem cruzar de forma regular para um debate de ideias e conhecimento mútuo.
«O Encontro permitirá às indústrias verificar o que de mais recente se faz em Portugal ao nível da investigação científica na área alimentar, bem como irá permitir aos investigadores inteirar-se das necessidades de desenvolvimento do setor industrial, promovendo e facilitando colaborações cada vez mais necessárias», salientam os organizadores no site oficial da iniciativa.
Do Programa Social consta uma visita à região do Alto-Minho, conhecendo algumas das suas paisagens e produtos típicos e tradicionais.
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